A Ômicron gerou pandemias dentro da pandemia.
A primeira é uma onda que pega muita gente, mas, graças às vacinas, a maioria casos sem gravidade.
A segunda pandemia é a das pessoas não vacinadas ou apenas com o esquema vacinal incompleto.
Para elas, a Ômicron tem potência de tsunami e se mostra tão devastadora quanto as variantes anteriores do vírus.
A face agressiva da Ômicron é visível nos leitos de UTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Ela está expressa nos rostos dos pacientes intubados e ligados a máquinas.
Está estampada na angústia daqueles fora do tubo, mas prostrados, sem forças para reagir ao ataque da Covid-19 e cientes da gravidade de seu estado.
A maioria dos casos de Covid-19 que agrava — mais de 90% — é de não vacinados ou indivíduos com vacinação incompleta, mostram dados do hospital, que, por seu tamanho, é um microcosmo da pandemia no Brasil.
A Covid-19 grave da Ômicron é como a da Delta e a da Gama das ondas anteriores da pandemia: tira o ar, rouba as forças, inflama, infesta o corpo com trombos.
Não há som nas salas de UTI do Gazolla, além daqueles dos equipamentos.
Para quem adoece, 2022 chegou como uma volta ao pior de 2020.
Portal Voxnet – Via IG