Há 42 anos, o mundo assistiu ao desaparecimento de um dos mais majestosos monumentos da natureza: o Salto de Sete Quedas.
A maior cachoeira do planeta em volume de água foi submersa pela formação do lago que abastece a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
O que antes era uma explosão de força e beleza, tornou-se apenas uma lembrança, um eco distante de um passado grandioso.
Seu canal principal, com 4 quilômetros de extensão e profundidades entre 140 e 170 metros, abrigava um espetáculo natural incomparável, composto por 19 saltos agrupados em sete blocos, que deram origem ao nome Sete Quedas.
Esse tesouro natural atraiu turistas do mundo todo, transformou Guaíra na cidade mais visitada do Brasil.
Porém, em 1966, o destino das Sete Quedas foi selado pela Ata do Iguaçu, que decretou a construção da usina e o inevitável alagamento das cachoeiras.
Em 13 de outubro de 1982, as águas do Rio Paraná começaram a ser represadas.
Durante 14 dias, numa tentativa desesperada da natureza de preservar sua liberdade.
A fauna, a flora e as águas lutaram contra o destino que lhe foi imposto.
Em 27 de outubro, o último centímetro de rocha foi encoberto, e assim o silêncio ensurdecedor tomou o lugar do barulho das quedas que eram ouvidos há quilômetros de distância.
Sete quedas, engolidas pela promessa de progresso, pelo cálculo frio da tecnologia.
Um monumento natural de proporções incomparáveis, que jamais poderá ser reconstruído.
A lembrança dos 42 anos sem as Sete Quedas tem o objetivo, não de lamentação, mas, sim, de reflexão.
O maior crime ambiental do planeta é exemplo e deve ser lembrado sempre para que a ganância humana nunca mais se sobreponha ao valor ambiental do Planeta Terra.