A categoria deu prazo de 15 dias para que o governo de Jair Bolsonaro atenda as reivindicações.
Caminhoneiros podem iniciar paralisação a partir de 1º de novembro.
a decisão foi tomada por entidades que representam os profissionais após reunião no sábado (16).
A categoria deu prazo de 15 dias para que o governo de Jair Bolsonaro atenda as reivindicações, caso contrário, os motoristas prometem parar.
Entre as demandas estão o estabelecimento e cumprimento de um frete mínimo, redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras.
Estiveram reunidos a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística), o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e a Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores).
As entidades são ligadas aos caminhoneiros autônomos que participaram da greve de 2018.
“O governo Bolsonaro teve o prazo de 3 anos para melhorar a vida do transportador autônomo e nada foi cumprido”, declarou Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da CNTTL “Daremos mais 15 dias para que a nossa pauta, que é de conhecimento do ministro Tarcísio [de Freitas, da Infraestrutura] e do governo Bolsonaro, seja aplicada de fato para os caminhoneiros”, afirmou.
Segundo ele, os caminhoneiros enfrentam dificuldades nunca vistas. Litti Dahmer destacou que a situação vem piorando ao longo dos últimos 3 anos de “desgoverno” Bolsonaro.
“Nosso chamado de paralisação tem o respaldo de 1 milhão de caminhoneiros e a sociedade virá conosco”, disse.
As entidades divulgaram a lista de demandas para suspenderem a paralisação.
São elas: redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como PPI (Preço de Paridade de Importação); constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete; retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico; aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018); aperfeiçoamentos na proposta do voto em trânsito no Senado.
melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015).
CPI DO COMBUSTÍVEL
A articulação com o governo será feita pelo deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas –grupo formado por 273 deputados federais e 22 senadores.
No fim de setembro, a Frente divulgou documento pedindo a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Combustível.
O pedido foi feito 1 dia depois de a Petrobras anunciar o aumento de quase 9% no preço do diesel nas refinarias. Eis a íntegra (783 KB) da nota divulgada pela Frente.
Precisamos desvendar com urgência o ‘segredo’ dos aumentos desenfreados dos combustíveis e do gás de cozinha.
O fato é que existe solução para equilibrar esses preços, o que falta é uma administração coerente.
Se a Petrobras praticasse o preço de paridade internacional, as refinarias estariam operando a plena carga e as importações dessa ordem não seriam necessárias”, lê-se no documento.
Em outro trecho, o grupo diz que o PPI “não é algo que pode se atribuir ao chamado livre mercado”.
O cálculo é usado pela Petrobras para determinar o preço dos combustíveis.
É formado pelo valor do petróleo internacional somado aos custos de importação.
“É política lesiva, abuso do poder econômico contra o povo brasileiro, contra os consumidores, contra os caminhoneiros.
Os preços dos combustíveis arbitrados pela Petrobras, conduzem os caminhoneiros das estradas para a garagem, junto com suas famílias”, disse o grupo.
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